quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A capacidade do ser humano!

Cada dia que passa eu me admiro mais com a capacidade do ser humano de ser ruim. Ruim consigo mesmo, com seu semelhante e com o que há a sua volta. Existe um grande amigo meu, cara que estava comigo em algumas noites de desespero literário, camarada do peito, meio anarquista, confesso. Mas um cara de grande sabedoria. Esse cara se chama Jean-Jacques Rousseau. Ou para os íntimos, JJ. Então, feita as apresentações, o JJ dizia que o homem nasce ímpio, a sociedade é que o corrompe. Eu achava meio extremista esse seu pensamento, mas em algumas discussões mais fervorosas, percebi que ele estava mais certo que errado. O homem nasce bom, apenas com o instinto de sobrevivência. Ele quer se alimentar, para sobreviver a esse novo estilo de vida que foi imposto à ele. Chora quando está frio, quando está calor, quando está com dor, enfim, chora para tudo. Compreensível, visto que é o único jeito de se expressar. Com o tempo ele começa a imitar as pessoas que estão à sua volta. Pronto! Danou-se tudo. Daí para frente, ele, na grande caixa de Skinner que é o mundo, só vai reproduzir situações, costumes e preconceitos.
Por vezes vi o homem, em sua ganância desesperadora, passar por cima do próximo, desprezar quem está precisando de ajuda, prejudicar por simples prazer. Isso é inerente ao seu condicionamento pela sociedade, ou é uma arrumação intercromossomial feita pela natureza humana? Sim, pois são correntes totalmente distintas. O homem é ruim por causa de sua criação, ou ele tem predisposição genética para o mal? Dúvidas que nem o Sig conseguiria responder, creio eu. Um caso a ser discutido juntamente com o psicólogo e amigo Bruno Pael dos Santos, do blog Mente In Litteris (http://menteinlitteris.blogspot.com.br/).
Existem humanos bons. Fato. Mas será mesmo que altruísmo não existe? Que o ser humano não se doa totalmente para uma causa, um bem comum? Será que Madre Tereza de Calcutá, Gandhi, Tashi e Francisco Anselmo se sacrificaram (cada um a seu modo), pelo bem comum, mas esperando alguma coisa em benefício próprio? E essas pessoas, tiveram criações ou foram cercadas pela sociedade perfeitamente boa? Será que o "meio" interferiu tanto na identidade genética dessas pessoas, ou a predisposição é apenas para o mal? Acho que essas são questões para discutirmos incessantemente, para que possamos chegar a um acordo e instaurar politicas radicais sobre o mal. Sim, será que devemos por a culpa na sociedade, que é formada por mim e por você, ou levar isso ao patamar da ciência e da genética? Se for culpa da genética, vamos "ajeitar" as coisas. Se for culpa da sociedade, vamos investir pesado contra a democratização dos direitos e colocar a coisa em ordem.
O JJ está gritando aqui: Se houvesse um povo de deuses, ele seria governado democraticamente. Um governo tão perfeito não convém aos homens. E está certo novamente, pois para um povo egoísta, o pior que pode existir deve ser viver em sociedade, onde devemos pensar juntos a solução dos problemas, certo?

2 comentários:

  1. Ótimo texto. Vou pensar sobre o que você escreveu, porque já identifiquei coisas ali que concordo em partes ou discordo um pouco. Quando eu estiver pronto, vou postar um texto no meu blog e te aviso.

    Abraços man.

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